sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Grupos Operativos

Grupos Operativos com Adolescentes

O Texto de Chafi Abduch – Medico com formação em urologia e psiquiatria. Psiquiatra do Programa de Saúde Integral do Adolescente da Secretária de Saúde do Estado de São Paulo. Mostra-nos a importância de viver em sociedade, relata mais exemplificadamente essa experiência com adolescentes, nesta face que começamos a nos relacionar com nossas famílias, na escola e etc. Cito um conceito da organização Mundial da Saúde, que diz que saúde é um equilíbrio entre os fatores biológicos psicológicos e sociais. E não simplesmente a ausência de doenças.


Panorama Geral de Grupos Operativos

Um grupo operativo consiste numa técnica de trabalho com grupos, com objetivo de promover um processo de aprendizagem. Desenvolvendo a leitura crítica da realidade. A Técnica de grupos operativos pode ser aplicada em diversas áreas como: adolescentes, familiares, grupos egressos, grupos de terceira idade, grupos de trabalho, grupos de pais, grupos teatrais, grupos esportivos e grupos drogatícios etc. Desde que seus integrantes estejam interessados em interagir.

A Teoria de Grupos Operativos

Para operarmos em grupo, vamos entender o que é um grupo. Um grupo são varias pessoas reunidas com um objetivo comum. Pichon define como principio organizadores de um grupo operativo o vinculo e a tarefa. Vamos entender o que é um vinculo: Processo motivador com direção e sentido tem um porque e um para que.
Tarefa: Conceito que diz respeito ao modo pelo qual, cada integrante interage a partir de suas próprias necessidades. A tarefa é a trajetória que o grupo percorre para atingir suas metas compartilhando objetivos comuns.

Estrutura e dinâmica grupal

Um grupo operativo é composto por seus integrantes, um coordenador e um observador. O grupo deve saber suas prioridades e normas de funcionamento. O coordenador tem a função de facilitar o processo de comunicação e diálogo e auxiliar o grupo nas crônicas. Aprender sob a ótica pichoniana tem o sentido da mudança. Toda situação de mudança mobiliza os medos básicos de perda e ataque que estão a serviço da resistência ao novo.
A resistência à mudança e as diferenças, faz surgir contradições e confusões em determinados momentos do grupo, isso dificulta a operatividade do grupo. Todos esses obstáculos devem ser conhecidos e superados para não criar um ruído na comunicação do grupo e leva-lo a dissolução. Aprender em grupo exige uma atitude mental aberta, investigadora e cientifica, ou seja, uma nova leitura da realidade.

O Enquadre dos grupos operativos

Um grupo operativo é constituído pelos seus integrantes num numero maximo de até 15 pessoas. Um tema é proposto como disparador da tarefa. Tema relacionado aos interesses e necessidades dos participantes. Os integrantes afiliam-se a um grupo de acordo com suas identificações e objetivos. Trazem suas opiniões racionais e emocionais interagindo as diferenças e ajustando conceitos. A duração do grupo, sua periodicidade e tempo de cada seção devem ser estabelecidos pela equipe de coordenação. A equipe de coordenação mantém limites cria condições de comunicação, dissolve polaridades e interpreta os conflitos, aponta obstáculos e levanta hipótese sobre as dificuldades do grupo. A coordenação pode intervir em todos esses assuntos, mas jamais interferir na independência do grupo ou mudar o destino do grupo. Um bom coordenador age como um juiz de futebol aponta os erros, mas jamais interfere no resultado final.

Liderança e coordenação

Um coordenador de grupos não precisa ser carismático ou aquela pessoa que tem capacidade de centralizar necessidades e direciona-las. Líder tem que ser alguém que compreende e congrega diversos interesses e tem uma posição de comando. Entende seu papel de facilitador da interação das pessoas que estão sob seu comando. Possibilita uma liderança informal e espontânea, não institucionalizada.

Avaliação dos processos grupais

A Técnica de grupos operativos é um eficaz instrumento da psicologia social no sentido de aprendizagem e mudança. O grupo operativo não é um grupo terapêutico. Um grupo operativo tem que estar sempre centrado na tarefa. Nenhum grupo nasce pronto e passa por diversos momentos antes de se tornar operativo, como estruturação, desestruturação e reestruturação, momentos confusionais. O coordenador deve estar atento para não sucumbir o grupo. Vários processos devem ser avaliados dentro de um grupo, a cooperação é muito importante. Cada integrante deve contribuir com as tarefas e com o que sabe. A integração do grupo está na comunicação que pode ocorrer vias verbal, gestual, por atitudes comportamentais, afetivas e emocionais. A Telepatia também é um fator muito importante, onde se denomina a aceitação ou rejeição dos integrantes.

Adaptação da técnica de grupos operativos com adolescentes

Todos os profissionais técnicos que atuam com adolescentes reclamam das dificuldades de agendamentos de horários com sua clientela. Essa é uma realidade do ser adolescente. Na adolescência temos dificuldades em nos integrar com a dimensão cronológica do tempo. Não nascemos pronto para dimensão do mundo adulto. Essa dificuldade é compreensível, mas como educadores não podemos ser totalmente permissivos, temos que manter alguns limites se quisermos desenvolver um trabalho com responsabilidade e respeito. Temos que estabelecer ao certo o que é pertinente e o que é permissivo. E é muito difícil estabelecer esta divisão, mas essencial para coordenar um grupo operativo. Exige da equipe de coordenação um alto grau de criatividade e autoridade. Quando o jovem participa, sente que contribuiu, ouve e é ouvido e sai com a sensação de que não quiseram fazer sua cabeça essa é a melhor garantia de sua adesão ao processo grupal. Outro processo importante com adolescentes refere-se ao tema, deve ser um tema bem atual e que chame a atenção do grupo. Não se deve optar por aulas longas, palestras, isso não lhes chama atenção. Sugere-se jogos, dinâmicas, brinquedos ou outras atividades propostas pelo próprio grupo, com caráter pratico e simples. Para que jovens entrem em tarefa grupal é necessário aproxima-los de forma clara. A freqüência é um fator importante. Nenhum atraso ou abandono deve ser subestimado. A presença e pontualidade devem ser valorizadas. Os adolescentes são extremamente sensíveis, precisam do nosso testemunho de que ser adulto e maduro não é tão chato assim.

Considerações finais

A informação cientifica é fundamental para desenvolver atitudes preventivas. É necessária e suficiente para mudar comportamentos de risco. O texto de pichon nos mostra a importância de se relacionar em grupo mais exemplificadamente com adolescentes. Onde tudo deve ser valorizado, devem se impor limites, mas não ser chato. Apresentar temas atuais e que chame atenção dos integrantes do grupo. Tornar os integrantes participantes críticos e ativos, valorizando suas idéias.

Um comentário:

Anônimo disse...

Para ser líder tem que ter visão ampliada das coisas, das pessoas e das situações, e como diz no texto " congregar diversos interesses e ter uma posição de comando" facilitando a interação do grupo ao que faz parte valorizando a posição e argumentação dos demais.